O termo inglês “Trending Topics” são uma lista em tempo real dos termos mais citados em redes sociais. O que é altamente discutido naquele meio midiático de interação virtual entre pessoas. Popularmente seriam os assuntos que “bombaram”...
Um tema considerado “trend” por aqueles que se interessam por assuntos comportamentais são as alterações do estado de humor. O interesse é grande pois, o impacto individua, comunitário e coletivo pode ser grande. Se pensarmos que o numero de pessoa com alterações de humor é cada vez maior, o impacto na economia global é astronômico.
Todo mundo tem um relato de algum familiar ou pessoa próxima sofrendo com sentimentos de tristeza ou enfrentando um transtorno de humor ou afetivo. É um contingente grande de pessoas andando tristes ou deprimidas.
Entretanto mora ai uma diferença crucial que gera confusão e mal emprego de termos. Estar triste não é necessariamente estar deprimido. Podemos ter uma pessoa que esta triste mas não deprimida.
Tristeza é um estado momentâneo deflagrado por fatos externos ao organismo da pessoa. Já a depressão é um transtorno psíquico, uma doença com causas internas, mas que pode também ter sido engatilhado por situações externas. “Como o próprio nome diz, trata-se de alterações psíquicas nas quais ocorre fundamentalmente uma modificação no estado de humor, bem como no nível de energia (ânimo) ou do interesse. O humor encontra-se patologicamente polarizado para tristeza-melancolia ou para exaltação-irritabilidade. Tais quadros podem ocorrem como episódios únicos, mas costumam evoluir em fases e ser recorrentes. Podem ter remissão (melhora) espontânea ou cronificar (piora), caso não sejam adequadamente tratados... A depressão “é caracterizada pela lentificação dos processo psíquicos, humor depressivo e/ou irritável (associada à ansiedade e à angustia), redução da energia (desanimo, cansaço fácil), incapacidade parcial ou total de sentir alegria e/ou prazer (anedonia), desinteresse, lentificação, apatia ou agitação psicomotora, dificuldade de concentração e pensamento de cunho negativo, com perda da capacidade de planejar o futuro e alteração de juízo de realidade.” (Psiquiatria Básica - Neto e outros).
No trabalho diagnostico do problema o profissional psicólogo ou médico se depara com uma necessária distinção do quadro depressivo. O cliente pode realmente estar sofrendo com uma depressão neurótica ou uma psicótica. Sem estender muito em definições técnicas, a depressão neurótica é uma perturbação caracterizada como conseqüência desproporcional a uma experiência penosa como a perda de um ente, uma separação afetiva, um fracasso profissional. É um apego exacerbado à situação ou fato sinistro. A sensação de ansiedade é sempre presente também. Já num quadro de depressão psicótica ocorre um rompimento com a realidade, alucinações e delírios durante um episódio de depressão maior.
É fundamental entender que no surgimento de uma depressão temos o componente de uma alteração bioquímica do cérebro.
Já vão longe os tempos em que se comprovou que o estado emocional pode desencadear alterações orgânicas. Todos hoje são cientes que quedas da resistência imunológica esta muito ligada a desordens psicológicas. Também o surgimento de reações ou manifestações orgânicas na pele, as chamadas dermatoses, seguramente tem uma ligação muito estreita com estados emocionais irregulares. Dentre os exemplos que podemos citar desse tipo de afecção: a dermatite seborréica (caspa), a hiperidrose axilar (sudorese), a palmoplantar – (psoríase das palmas da mão e dos pés), a dermatite artificial (auto-escoriação), a ticotilomania (arrancar pelos e cabelos). Esse assunto é estudado por uma abordagem crescente denominada Psicodermatólogia (Psicologia+Dermatologia) que em breve estaremos aprofundando
Mas seja em qualquer um dos dois casos, tristeza ou depressão, a superação do quadro se dará com maior qualidade através do apoio pisocterapeutico. A psicoterapia é primordial pois, só assim é que a pessoa tem condições de se aprofundar em processo de avaliação das causas daquela situação. É um processo rico e produtivo.
Uma pergunta se faz presente: e qual o papel da medicação neste processo¿ Ela estabiliza a pessoa em casos de total comprometimento das ações cotidianas. É uma atuação no campo bioquímico do organismo.
Neste mesmo aspecto bioquímico, um recurso que crescentemente atrai a atenção como aliado ao tratamento de transtornos psíquicos: o cuidado com o que se come. Não só o que se come mas a qualidade do que se come
As pessoas que residem principalmente em grandes cidades, quase via de regra comem apenas alimentos produzidos a base de agrotóxicos ou alimentos manufaturados (alimentos de conveniência). Os agrotóxicos contaminam os alimentos, o meio-ambiente e na esteira as pessoas também. Os efeitos da contaminação dependem não só da dose, como também do tipo de poluente. “No que concerne à contaminação dos alimentos, é alarmante que produtos como carne, leite, cereais e hortaliças não são monitorados sistematicamente para detectação de resíduos tóxicos. Há alguns estudos, como o realizado pelo Instituto Biológico de São Paulo, entre 1997 e 1998, que apontam 27% das frutas comercializadas contaminadas por agrotóxicos e dessas 20% com resíduos proibidos. Nas hortaliças, a contaminação foi ainda foi mais elevada, 44% das amostras apresentaram resíduos tóxicos. Por exemplo, o chumbo altera a síntese de hemoglobina, provocando anemia, insuficiência renal, problemas no sistema nervoso, cólicas intestinais e convulsões.” Assim se temos indicações fortíssimas que se esses componentes tóxicos afetam nosso equilíbrio metabólico, é de se inferir que nosso cérebro também é afetado. Através da nossa alimentação podemos estar adquirindo um bilhete para processos “obliterantes” do bem estar.
Uma proposta é aliar a psicoterapia com uma melhor avaliação, um cuidado com a forma de se alimentar. Isso é possível.
“Muito comentada é a chamada dieta mediterrânea caracterizada pela abundância de alimentos como pão, massas, verduras, saladas, legumes, frutas e frutas secas, azeite de oliva como principal fonte de gordura, moderado consumo de pescado, aves, produtos lácteos e ovos, pequenas quantidades de carnes vermelhas. Esta dieta é pobre em ácidos graxos saturados, rica em carboidratos e fibra, e tem alto conteúdo de ácidos graxos monoinsaturados derivados do azeite de oliva. A idéia é consumir menos gordura animal e alimentos quimicamente modificados e enriquecer a mesa com alimentos ricos em fibras e pobre em açúcares e gorduras. Cerca de 60% do cardápio é composto por cereais; 25% por gordura de origem vegetal, como o azeite de oliva; e apenas 5% por carne. Estudo científicos apontam que a dieta mediterrânea retarda os danos ao cérebro causados pelo envelhecimento e aumentar a longevidade.”
Estudos e praticas muito promissoras tem sido desenvolvidos nos últimos tempos para a produção e o consumo de alimentos “simpáticos” a manutenção da saúde física e metal. Um exemplo é a chamada Agricultura Natural e Agricultura Urbana. Essa ultima inclusive é grande aliada das ações preconizadas por estudiosos da Terapia Ocupacional.
A Agricultura Natural visa restabelecer o processo natural de produção de alimentos e é desenvolvida seguindo-se um sistema técnico capaz de alcançar os objetivos do método:
a) Produzir alimentos que incrementem cada vez mais a saúde do homem.
b) Ser nutritivamente vantajosa
C) Poder ser praticada por qualquer pessoa e, além disso, ter caráter permanente.
D)Respeitar a Natureza e conservá-la.
E se engana que esses tipos de praticas são impossíveis de serem realizadas por moradores de grandes cidades. Um dos conceitos mais importantes dessa pratica é a chamada “Pratica da Horta Caseira”. E o que vem a ser isso? “É uma atividade continua de ciclos de plantio e coleta, mas com o foco voltado para o equilíbrio do praticante mediante a sensibilização sobre a Natureza, sobre o tempo, sobre a valorização dos alimentos. Pode ser caracterizada por pelo menos, um recipiente de cultivo continuo. Um exemplo simples: uma horta de temperos que se cultiva em janela de apartamento.” (Hetmanek e outros – Agricultura Natural)
Desde o plantio até a coleta dos alimentos o envolvimento da pessoa é grande e prazeiroso. Vale ai uma dica aos que se interessarem por uma experiência de satisfação: buscar sementes mais puras possíveis. Um fornecedor muito interessante é a ISLA (www.isla.com.br)
Com esses alimentos, o ganho em processos terapêuticos podem ser grande uma vez que auxilia para uma operação mais bem manejada. É uma contribuição efetiva para a melhora da qualidade de vida da pessoa.
Favorecer o progresso de possibilidades de equilíbrio pessoal é sempre a meta. Trabalhar por uma qualidade de vida melhor em que o indivíduo transforma o que o deprecia em valor para si e para a sociedade é aquilo que praticas como essas alicerçam.