Desde que o cigarro perdeu o poder de conferir charme, uma discussão inflamada sobre os reflexos à imagem dos fumantes vem se dando nos círculos publicitários, psicológicos e jurídicos.
Neste embate posicionam-se contrários os interessados em que nunca cessem de surgir novos fumantes - as empresas da cadeia do tabaco e que os indicam os malefícios que o fumo traz às pessoas.
E em 15 de dezembro de 2011, aqui no Brasil, a coisa toma maior vulto com a entrada em vigor da Lei Federal 12.546 que coloca: “É proibido o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, em recinto coletivo fechado, privado ou público.”
A industria do fumo experimenta re-inventar a todo o momento seus caminhos para que sua atividade principal não sucumba. Procura novos mercados consumidores nos países menos desenvolvidos e até, pasmem, tenta vincular a predileção infantil as guloseimas aos seus produtos derivados do fumo:cigarros com gosto de chocolate, menta, aromáticos, etc.
Essa mesma indústria trabalha uma poderosa, mas não declarada estratégia de apontar “preconceito e estigma” sobre os adquirentes e usuários de cigarros. O termo conceito é uma derivação do latino conceptus. Significa aquilo que é concebido ou entendido de maneira mais profunda. Algo estabelecido ao nosso mundo mais intimo e de dissolução difícil. Já estigma vem do termo latino stigma, um sinal.
Os tabaqueiros tentam emplacar a idéia de que os fumantes hoje não tem a mesma liberdade de ir, vir e estar quando são apartados nos mais variados ambientes daqueles que não fumam por opção e/ou auto-preservação.
Em tempos do “politicamente correto” a simples menção a existência de um preconceito ou de uma estigmatização gera solidariedade em outras pessoas. Os jovens são mestres em abraçar causas até mesmo por infundada transgressão. Só isso já é um alerta as autoridades e agentes da Educação e principalmente as famílias de que isso pode ser usado como mais combustível para o acesso das crianças e dos jovens ao cigarro que no afã de quebrarem "ordens" e independentes se tornam novas presas fáceis.